A zona ribeirinha em frente ao Tejo, no Terreiro do Paço, vai ganhar uma “nova vida”. O grupo português Lean Man ganhou o concurso lançado pela Associação do Turismo de Lisboa e vai investir 3,5 milhões de euros na reabilitação desta área, que terá espaços de restauração e lazer, bem como uma regular agenda cultural entre março e outubro durante quase todo o ano. Objetivo é “transformar a doca num espaço de todos e para todos”.
Desde sempre vedada ao público, a Doca da Marinha foi alvo de um “investimento público”, tendo sido inaugurada em 2021 “como um novo espaço de lazer aberto a toda a cidade”. “É o início da concretização de um sonho ambicioso”, diz Bernardo Delgado, CEO do Lean Man, na apresentação dos planos para aquela zona, que decorreu esta terça-feira. O responsável quer “transformar a doca num espaço de todos e para todos”.
“Nos próximos 15 anos, queremos dar vida, de forma disruptiva e surpreendente, ao investimento que aqui foi feito”, continuou. Em causa estão cerca de 3,5 milhões de euros, que permitirão dar uma “nova vida” à Doca da Marinha, “criar um novo lifestyle” e mais de 100 postos de trabalho.
Haverá um restaurante (que abrirá portas em fevereiro) e três quiosques (já abertos). Será feita uma forte aposta nos eventos, através de uma programação regular com mercados gastronómicos, de plantas e flores, produtos de artesanato, concertos de jazz, Dj Sets com novos talentos, exposições de arte urbana, etc., adiantou Bernardo Delgado.
Presente na cerimónia esteve ainda o presidente-adjunto da Associação do Turismo de Lisboa, José Luís Arnaut, que referiu que este investimento é “mais um dos momentos que marcam o caminho das iniciativas que dão nova vida a esta Lisboa junto ao Tejo“. “O Tejo está a ser devolvido aos lisboetas, é uma aposta clara que fizemos (…), para que Lisboa continue a ser a marca de excelência internacional”, disse.
Carlos Moedas destacou este projeto como sendo o “essencial” na visão que tem sobre a cidade de Lisboa. “A primeira sensação que tinha quando chegava a Lisboa era a falta de ligação entre Lisboa e o Tejo“, disse o presidente da Câmara de Lisboa, recordando os anos em que viveu fora de Portugal. “Este projeto é o primeiro que estamos a lançar que tem esta ligação direta entre o Tejo e pessoas”.
O autarca referiu ainda a importância da taxa turística. “A taxa turística é isto. Estamos aqui e vemos a aplicação da taxa turística, os turistas a deixarem o seu contributo para a cidade”, disse.
“Mas esse contributo tem de ser de todos”, continuou Carlos Moedas, referindo-se à taxa de dois euros que será cobrada a todos os passageiros de cruzeiro que cheguem a Lisboa. “Quero que todos os que chegam nos cruzeiros contribuam para a taxa turística. É importante que também contribuam. Assim os que chegam cá terão uma Lisboa melhor, com mais inovação e mais obras”, disse.