É na Doca da Marinha, junto ao Terminal do Terreiro do Paço, que vai acontecer o primeiro mercado nocturno da cidade. Chama-se Night Stories e vai realizar-se todas as quintas-feiras, das 17.00 às 01.30, de 2 de Setembro a 28 de Outubro. A programação, de entrada livre, inclui música ao vivo, street food e um mercado de marcas independentes.
“À semelhança do que já se faz noutros países da Europa com frente ribeirinha, Lisboa terá agora a oportunidade de transformar um espaço público num autêntico playground urbano”, diz-nos Maria Oliveira, que criou o projecto em parceria com Joana Bernardes, que organiza o Santos Collective Market. A ideia, desvenda, surgiu quando voltou da Austrália, onde esteve a viver nos últimos anos. “Nessa altura começaram a fazer mais eventos ao ar livre.”
Ao lembrar-se do Melbourne Night Noodle Market – “um mercado nocturno de street food, com pop-ups de dois meses, a funcionar todos os dias, com música e cultura” –, desafiou Joana para, juntas, fazerem nascer um projecto do género em Lisboa. Mas foi Bernardo Delgado, responsável pelos quiosques Banana Café, que sugeriu a Doca da Marinha, actualmente a ser renovada como parte da requalificação da frente ribeirinha, entre a Estação Sul e Sueste e o novo Terminal de Cruzeiros de Lisboa.
“As pessoas têm saudades de estar na rua, até porque temos super bom tempo, mas não há assim tantos grandes eventos ao ar livre. Vamos juntar o útil ao agradável e criar um espaço onde novos negócios e talentos se possam dar a conhecer, numa zona da cidade que as pessoas ainda não conhecem bem e onde o acesso é completamente grátis”, promete.
Numa área com cerca de 1600 metros quadrados, com 600 lugares sentados e capacidade para assegurar a circulação segura de duas mil pessoas, vai ser possível descobrir marcas independentes, como a Goat Wearable Culture (streetwear amiga do ambiente), Wheat & Rose (moda de luxo sustentável), a Friuli Shoes (calçado italiano produzido a partir de materiais reciclados), a Cecile Mestelan (utilitários em cerâmica), a Arcane Jewelry (joalharia contemporânea) ou a Leo Studio (moda sustentável). Mas não só.
O programa, ainda por fechar, contempla música ao vivo. Entre as presenças já confirmadas, encontram-se artistas e grupos como Venga Venga (2 de Setembro), Antoine Gilleron (9 de Setembro), África em Vinil com Nelson Makossa (16 de Setembro), Rádio Cacheu (16 de Setembro), Jungle Julia & TheBboyWannaBeDj (23 de Setembro). “Queríamos ter programação cultural, porque foi um dos sectores mais afectados pela pandemia. Esta edição vamos ter concertos e DJ sessions, mas gostávamos muito de vir a ter pintura ao vivo e performances de dança, por exemplo.”
Para reconfortar o estômago, poderá contar com diferentes conceitos de street food, como o Kendrick (sanduíches), o Oyster Point (ostras, vinho natural e kombucha), a NÃM Mushroom Farm (pratos com cogumelos biológicos), o BBB Taste (sanduíches e finger food), o Onigiria (comida asiática) e o Mozart – Piano no Carvão (porco no carvão).
“Há três quiosques Banana Café na Doca da Marinha, todos com um conceito diferente. Estamos a pensar usar todo o espaço à frente dos dois primeiros: um lado é para comida, outro é para marcas e teremos actividades culturais a acontecer em ambos os sítios. A ideia é tentar promover a circulação, para não criar ajuntamentos. Se correr bem, esperamos repetir no próximo Verão”, assegura Maria. “Isto já acontece em tantas capitais europeias e nós temos tantos espaços públicos que não estão a ser usados.”
Doca da Marinha. De 2 de Setembro a 28 de Outubro. Qui 17.00-01.30. Entrada livre.